Por que hei de, em tudo
quanto vejo, vê-la ?
Por que hei de eterna assim reproduzida
Vê-la na água do mar, na luz da estrela ?
Na nuvem de ouro e na palmeira erguida ?
Fosse possível ser a imagem dela
Depois de tantas mágoas esquecida!...
Pois acaso será, para esquecê-la,
Mister e força que me deixe a vida ?
Negra lembrança do passado! lento
Martírio, lento e atroz! Por que não há de
Ser dado a toda mágoa o esquecimento ?
Por que ? Quem me encadeia sem piedade
No cárcere sem luz deste tormento,
Com os pesados grilhões dessa saudade ?
Por que hei de eterna assim reproduzida
Vê-la na água do mar, na luz da estrela ?
Na nuvem de ouro e na palmeira erguida ?
Fosse possível ser a imagem dela
Depois de tantas mágoas esquecida!...
Pois acaso será, para esquecê-la,
Mister e força que me deixe a vida ?
Negra lembrança do passado! lento
Martírio, lento e atroz! Por que não há de
Ser dado a toda mágoa o esquecimento ?
Por que ? Quem me encadeia sem piedade
No cárcere sem luz deste tormento,
Com os pesados grilhões dessa saudade ?
ANÁLISE
- Quanto a métrica -
Trata-se
de um soneto por apresentar dois quartetos e dois tercetos. Apresenta
versos decassílabos. As disposições das rimas são do
tipo ABAB e por isso são classificadas como rimas alternadas ou
cruzadas. Apresenta rimas simples, por rimar palavras de mesmas classes
gramaticais como reproduzida e erguida. Apresenta linguagem padrão.
- Quanto ao conteúdo -
O eu
lírico deseja esquecer a amada que o fez sofrer, porem mesmo desejando
tanto esquecê-la ele a vê em todos os lugares. O poema se
aproxima da segunda geração romântica, pois o autor chega a se
questionar se a solução do seu problema (esquecer a amada)
se encontra na morte. O soneto leva o titulo de 'No Cárcere' porque o
autor se sente preso a amada que tanto o fez sofrer.
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